“DEUS NÃO ESTÁ EM SILÊNCIO” Habacuque 1.5-11

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Notes
Transcript
Profetas Canônicos:
Isaias: 740 a 701 a.C. (Judá)
Jeremias: 626 a.C. (Judá)
Ezequiel: 593-573 a.C. (Babilônia)
Daniel: 539 a.C. (Babilônia)
Oséias: 722 a.C (Israel)
Joel: 520-500 a.C. (Pós exílico)
Amós: 793-753 a.C. (Israel)
Jonas: sec. VIII (Israel)
Miquéias: 750-686 a.C. (Judá)
Naum: 663-612 a.C. (Israel e Judá)
Habacuque: 605-600 a.C (Judá)
Sofonias: 640-609 a.C (Judá)
Ageu: 520 a.C. (Babilônia)
Zacarias: 520 a.C (Babilônia)
Malaquias: 433 a.C (Pós exílico)
Estrutura do Livro:
1.1-4 – Queixa de Habacuque.
1.5-11 – Resposta de Deus.
1.12-2.1 – Perplexidade de Habacuque.
2.2-2.20 – Confronto de Deus.
3.1-19 – Rendição de Habacuque.
Grande ideia do Livro: Diante das contradições do presente, o crente pode confiar na providência de Deus, mesmo sem compreender (ou ainda aceitar) os seus planos de atuação na história.
Verso Chave: 2.4
Habacuque 1.5-11
Grande ideia: Deus tem seu próprio modo de agir na História, e para o que ele intenciona fazer: Ele simplesmente, faz o que quer, como quer e quando quer.
1. A obra de Deus. (v. 5)
(a) Habacuque é um dos poucos que foram ousados em argumentar e discutir com Deus.
Habacuque 2:1
Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que falará a mim, e o que eu responderei quando eu for arguido.
Habacuque 2:4
Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.
(b) Ainda sobre este livro:
Samuel Schutlz:
A descrição da violência, a luta e a apostasia, tão frequentes em Judá durante os tempos de Habacuque (1.2-4), parece encaixar com o período imediatamente seguinte à morte de Josias no 609. Os caldeus não se tinham ainda manifestado como uma ameaça suficiente forte para Judá, já que o controle do Egito se estendia desde o Eufrates, até a batalha de Carquemis (605 a.C.) [1].
Consequentemente, os anos transcorridos entre 609 e o 605 proporcionam uma conveniente base para a mensagem de Habacuque [2]. O diálogo entre Habacuque e Deus é digno de mencionar-se. O profeta apresenta a questão filosófica de uma aparente discrepância entre os fatos da história e a revelação divina.
Finalmente, ele resolve suas dificuldades expressando sua fé em Deus. O fato básico para a totalidade da discussão é o uso de Deus de um povo pagão para castigar a seu próprio povo.
(c) Os verbos são: “vede”, “olhai”, “maravilhai-vos” e “admirai-vos”.
Os dois verbos iniciais do versículo, “vede e olhai”, associam a resposta de Iavé diretamente à queixa de Habacuque, onde são empregados os mesmos dois verbos (1.3).
Já “maravilhai-vos e admirai-vos” contém duas formas do mesmo verbo. Taylor sugere a seguinte reprodução: “Estremecei e ficai horrorizados”.
(d) A ênfase aqui é que Deus propõe ao profeta um alargamento de sua visão: “vede entre as nações”.
(e) Deus está fazendo uma obra: “trabalho, feito, coisa produzida”.
(f) Repare que Deus deu a Habacuque uma revelação, não uma explicação.
Warren Wiersbe: Deus deu a Habacuque uma revelação e não uma explicação, pois aquilo que precisamos nos momentos de dúvida é de uma nova visão de Deus. O Senhor não nos deve nenhuma explicação, mas, em sua graça, revela a si mesmo e suas obras àqueles que o buscam.
(g) Por que eles não acreditariam nessa obra de Deus?
Moody: Eles não creriam que a catástrofe lhes poderia sobrevir por determinação divina. Eles tinham um falso senso de segurança, achando que ser o povo escolhido de Deus era simplesmente uma questão de relacionamento externo. Sob o reinado de Josias houvera um retorno às prescritas cerimônias do Templo, mas não necessariamente um retorno ao Senhor que habitava no Templo. O cerimonialismo logo se transforma em um inimigo da verdadeira espiritualidade.
2. O juízo de Deus. (vv. 6-11)
(a) Deus está levantando os babilônios como “agentes do seu juízo”.
Jeremias 5:15
Eis que trarei sobre vós uma nação de longe, ó casa de Israel, diz o Senhor; é uma nação robusta, é uma nação antiquíssima, uma nação cuja língua ignorarás, e não entenderás o que ela falar.
2 Crônicas 36:17
Porque fez subir contra eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário, e não teve piedade nem dos jovens, nem das donzelas, nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos entregou na sua mão.
Isaías 44:28
Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado.
Isaías 45:1
Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão.
Jeremias 25:9
Eis que eu enviarei, e tomarei a todas as famílias do norte, diz o SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei de babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e farei que sejam objeto de espanto, e de assobio, e de perpétuas desolações.
(b) São dados detalhes aqui (usando metáforas ligadas ao mundo animal) para demonstrar o poderio dos babilônios.
Warren Wiersbe: Seus cavalos tinham a velocidade dos leopardos e a ferocidade dos lobos, e seus soldados tomavam as presas como águias. Seus exércitos varriam o deserto como o vento e reuniam e deportavam prisioneiros como um homem escava areia e envia para uma terra estrangeira.
(c) Descrição dos invasores caldeus:
Bíblia da Vozes: Os caldeus são os babilônios (cf. Is. 47.1). É uma população de origem araméia, por muito tempo nômade, e que aos poucos se ficou no sul da Mesopotâmia. Sob Nabopolassar (625-605 a.C), após destruir Nínive com o apoio dos medos (612 a.C) e derrotar os egípcios em Carquêmis (605 a.C.), passou a dominar todo o Médio Oriente.
Isaías 47:1
Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de babilônia; assenta-te no chão; já não há trono, ó filha dos caldeus, porque nunca mais serás chamada a tenra nem a delicada.
Seu caráter:
Habacuque 1:6
Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas.
Os caldeus eram uma “nação amarga e apressada”, “uma nação selvagem e ameaçadora dominada por impulsos violentos, que sem pensar cometiam ações terríveis”.
Sua arrogância:
Habacuque 1:7
Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua dignidade.
Os caldeus tornaram-se “lei para si mesmos”, NTLH, ao presumirem superioridade política.
Sua tática:
Habacuque 1:8
E os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, e mais espertos do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; os seus cavaleiros virão de longe; voarão como águias que se apressam a devorar.
Suas conquistas:
Habacuque 1:9
Eles todos virão para fazer violência; os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia.
A interpretação mais consistente diz que esta passagem refere-se às conquistas, que se assemelhavam ao forte vento oriental que irredutivelmente avançava.
Sua invencibilidade:
Habacuque 1:10
E escarnecerão dos reis, e dos príncipes farão zombaria; eles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão.
Sua exaltação:
Habacuque 1:11
Então muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus.
Ao divinizar seu próprio poder, se tornaram culpados de negar a Deus.
(d) Temos aqui uma filosofia da história:
H. Ray Dunning:
Temos aqui, implicitamente, uma filosofia da história que se harmoniza com os vislumbres dos grandes profetas, como Isaías. Deus é o Senhor da história, que transforma a fúria dos homens em Seu louvor. O Todo-Poderoso usa os homens que têm outros objetivos e atribuem seu poder a outras fontes para atingir seus propósitos na história. Assim, seu governo está seguro e, ao mesmo tempo, as nações permanecem responsáveis por suas ações.
3. Outras aplicações:
(a) Independentemente de quem for eleito presidente do nosso país em 28/10: estamos debaixo do juízo de Deus, em um grau ou outro.
Salmos 130:1-8
Das profundezas a ti clamo, ó SENHOR.
Senhor, escuta a minha voz; sejam os teus ouvidos atentos à voz das minhas súplicas.
Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá?
Mas contigo está o perdão, para que sejas temido.
Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra.
A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pela manhã, mais do que aqueles que guardam pela manhã.
Espere Israel no Senhor, porque no Senhor há misericórdia, e nele há abundante redenção.
E ele remirá a Israel de todas as suas iniquidades.
(b) O nosso Deus não tem compromisso com uma nação em específico, mas sim com o seu povo eleito, a igreja de Jesus.
Martin Lloyd Jones: Temos de admitir o verdadeiro estado da Igreja e reconhecer a sua iniquidade. Devemos entender a possibilidade de que as forças que hoje mais se opõem à Igreja Cristã talvez estejam sendo usadas por Deus para seu próprio propósito.
Atos 1:8
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.
Atos 8:1-4
E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos.
E uns homens piedosos foram enterrar Estêvão, e fizeram sobre ele grande pranto.
E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.
Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra.
(c) Os babilônios em nosso tempo são representados por essa cultura satânica que tomou de assalto as nossas mentes. É uma questão de cosmovisão.
Egbert Schuurman:
A cultura de Babel é sempre de confusão. Os observadores apenas da ilegalidade da vida e da sociedade, ignorando a ilegalidade da ciência e da tecnologia não reconhecerão a força espiritual profunda que une a desintegração espiritual de nossos tempos. Mas o que tomam nota da profunda unidade espiritual, observando também a revelação da ira divina sobre toda a apostasia e ilegalidade, saberão que Deus entregou o homem à decadência e cegueira.
Romanos 1:18
Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.
Romanos 1:28
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
2 Timóteo 3:9
Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.
(d) Deus está no controle da história do mundo. Ele jamais é pego de surpresa por alguma decisão ou escolha humana. Deus não é impressionável.
Isaías 45:9-13
Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?
Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? E à mulher: Que dás tu à luz?
Assim diz o Senhor, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos.
Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens.
Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e soltará os meus cativos, não por preço nem por presente, diz o Senhor dos Exércitos.
(e) Muitas vezes, quando Deus está em silêncio, ele está preparando uma obra estrondosa, que nem sempre é o que pedimos, pois não sabemos pedir como convém.
Warren Wiersbe:
Aquilo que Habacuque sofreu em menor escala, Jó sofreu de modo mais intenso, e a resposta de Deus para as perguntas de Jó foi simplesmente se revelar a seu servo. Não vivemos de explicações, mas sim de promessas, e as promessas de Deus baseiam-se em seu caráter. O ponto crítico da experiência de Jó ocorreu quando ele fechou sua boca, parou de argumentar com Deus e começou a adorar ao Senhor. (Jó 40.1-5; 42.1-6). Habacuque teve uma experiência parecida. Nada como uma nova visão da glória de Deus para dar forças para a jornada!
Jó 42:1-6
Então respondeu Jó ao SENHOR, dizendo:
Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia.
Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás.
Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos.
Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.
Ilustr. Egbert Schuurman, “Cristãos em Babel”, Ed. Monergismo.
A visão normativa da vida na cultura que rejeita as expectativas culturais frenéticas e sua revogação imediata é descrita de forma mais precisa pelo profeta Jeremias na carta aos exilados na Babilônia. As palavras são serenas, mas repletas de expectativas:
Jeremias 29:5-7
Edificai casas e habitai-as; e plantai jardins, e comei o seu fruto.
Tomai mulheres e gerai filhos e filhas, e tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; e multiplicai-vos ali, e não vos diminuais.
E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz.
Jeremias 29:11
Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
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